Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Depois de um primeiro mandato insciente, onde não levou os EUA para um caminho seguro, economia estável e a volta do desenvolvimento com geração de empregos, Donald Trump retorna pelas mãos incipientes e desinformadas dos eleitores republicanos em sua maioria para um segundo mandato.
Seu ódio contra imigrantes, pobres e a comunidade LGBTQIA+ transformou os primeiros meses de sua gestão em ataques constantes contra tudo e contra todos.
Suas primeiras decisões foram de ameaças concretas aos imigrantes que estão em solo americano, sejam aqueles regulares ou os que entraram de forma a burlar a lei da imigração. Ninguém se sente seguro, em particular os latino-americanos e os oriundos do Oriente Médio.
Não bastasse o ataque aos imigrantes, resolveu sobretaxar produtos do Canadá, Europa, Brasil e China sem que isso pudesse ser explicado de forma inteligente. Num futuro a curto prazo, a prestação de serviços precisará ser realizada por nativos americanos, algo do qual eles nunca gostaram.
O turismo será afetado e a indústria americana igualmente sofrerá com as medidas ignóbeis do presidente. Este, não contente com suas atitudes agressivas, belicosas, resolveu investir contra algumas das maiores universidades do mundo. Começou cortando verbas daquelas onde aconteciam protestos contra o genocídio em Gaza.
Não satisfeito, assinou decretos inconstitucionais impedindo matrícula de estrangeiros nas universidades, justamente a base maior do contingente de alunos. Harvard, por exemplo, possuí 07 mil alunos estrangeiros. Com o ar do tempo, o país perderá professores, cientistas e outros profissionais renomados.
No campo econômico, a desconfiança já cerca o mercado financeiro e os grandes investidores. Nos bastidores, membros seniores da equipe de Trump temiam um pânico financeiro que poderia sair do controle e potencialmente devastar a economia. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, e outros membros da equipe do presidente, incluindo o vice-presidente J.D. Vance, vinham pressionando por uma abordagem mais estruturada para a guerra comercial, que se concentraria em isolar a China como o pior ator, ao mesmo tempo que enviava uma mensagem mais ampla de que Trump estava falando sério sobre reprimir os desequilíbrios comerciais.
Segundo analistas econômicos, a incerteza gerada por essas políticas está causando uma queda nos índices de confiança para o patamar mais baixo em mais de uma década. Além disso, as expectativas de longo prazo para a inflação já estão em ascensão, alimentando um clima de instabilidade econômica.
Para piorar a situação, o mercado financeiro americano tem grande dificuldade em lidar com incertezas, mais do que com notícias negativas concretas. A política de tarifas de Trump é vista como uma medida que pode “pegar pesado no bolso do americano”, potencialmente levando a um processo inflacionário e aumentando as chances de uma recessão.
Parece que além das bravatas, das mentiras disseminadas e do ódio, Trump deixará terra arrasada ao seu sucessor e uma democracia em risco de colapso.